quinta-feira, agosto 29, 2002

AS MÁSCARAS

Piedade para estes séculos e seus sobreviventes
alegres ou maltratados, o que não fizemos
não foi por culpa de ninguém, faltou aço:
nós o gastamos em tanta inútil destruição,
não importa no balanço nada disto:
os anos padeceram de pústulas e guerras,
anos desfalecentes quando tremeu a esperança
no fundo das garrafas inimigas.
Muito bem, falaremos alguma vez, algumas vezes,
com uma andorinha para que ninguém escute:
tenho vergonha, temos o pudor dos viúvos:
morreu a verdade e apodreceu em tantas fossas:
é melhor recordar o que vai acontecer:
neste ano nupcial não há derrotados:
coloquemo-nos, cada um, máscaras vitoriosas.

Pablo Neruda
Dexa eu voltar pro meu trabalho que é melhor.
A coisa que eu mais odiava nas aulas de educação física era quando a gente tinha que criar uma coreografia pra uma música e apresentar. As meninas lá, tudo empenhadas em criar uma coreografia legal e eu num canto, resmungando. E sempre eram aquelas musiquinhas no estilo "every body dance now", que eu não suportava!!!! (agora eu gosto, pra ver as voltas que a vida dá...) Eu era grunge, que pintava o cabelo com papel crepon, usava camisa xadrez amarrada na cintura e não cortava o cabelo.

Voltando às aulas de educação física.

Num desses anos as meninas fizeram a musiquinha, a gente apresentou pra professora e ela resolveu que gostou e que iríamos apresentar pro ginásio inteiro. No dia, chegamos lá, todas as menininhas dando gritinhos nervosos que iam dançar de bermuda justinha na frente dos menininhos do colégio (é, tive que vestir bermuda justinha tb... pelo menos a minha era rosa fluorescente... mas acho que na época eu tb não gostei da cor). Aí, a que comandava tudo lá, virou pra mim e disse: vc vai dançar na primeira fila. Acho que esse foi o primeiro dia em que eu REALMENTE quis matar alguém. Perguntei se podia pelo menos dançar com um saco de papel na cabeça, mas não deixaram. E lá fui eu, com a bermuda rosa fosforescente, dançar bem na frente, com aquele bando de moleque assoviando (que quem gritasse gostosa ou coisa do tipo era expulso... colégio de padres... pelo menos pra isso foi bom). Nunca passei tanta vergonha na minha vida. Acho que é por isso que eu não vou apresentar trabalho nem coisa assim pra turma.

No ano seguinte eu engessei o pé e me livrei desse tormento.
Eu dancei a musiquinha do Luan e Vanessa quando eu tava na quinta série. Faz mais de dez anos já. Ai... agora to me sentindo velha..

:/
E em vez de trabalhar (que agora eu trago trabalho pra casa... não, não é da faculdade, é do estágio mesmo) eu fiquei dançando.
Sessão remember the times: Luan e Vanessa, Footloose, Raul Seixas, Lobão e Jordy. Fora a sessão brega com Amigas e Rivais. Tudo proporcionado pela irmã-mor.

terça-feira, agosto 27, 2002

Trilha sonora de hoje: Belle & Sebastian e The Smiths
Beatriz
Edu Lobo - Chico Buarque/1982
Para o balé O grande circo místico


Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida


Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz


Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida



Coisas nosense tb se encontram no jornal. Pior que é divertido....
Depois de ficar o domingo e a segunda com o explorer demorando horas pra abrir o mais tosco dos sites, estou aqui novamente.

E sem companhias desagradáveis, que é o melhor. E velhos companheiros que voltam e haviam se afastado por conta das pessoas desagradáveis.