quinta-feira, janeiro 09, 2003

O poema prometido.

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre

Carlos Drummond de Andrade

Que Europa o quê!!! Eu quero é morar na Nova Zelândia.
Voltei da ante-sala do inferno. Ô cidadezinha quente!!! Devia estar fazendo uns 40°, todo santo dia. Ainda bem que o quarto tinha ar-condicionado e um baita de uma banheira. Até Curitiba, com seus 30° está melhor.

O Ano Novo começa agora para mim. Dia primeiro não conta. A semana seguinte ao dia primeiro não conta. Nessa semana eu fico enfurnada em casa, deitada ou fazendo algo totalmente inútil, deprimida. Sim, o Ano Novo me deixa deprimida. Eu nem participo de festas e nem vou olhar os fogos. Odeio tudo isso, desde que eu tinha uns 13 anos. Mas esse ano foi diferente, porque eu passei a virada chorando como uma desesperada, por causa de um livro que eu estava lendo. É no Silmarilion que está uma das histórias de amor mais bonitas que eu já li!! Cheia de elfos (que eu adoro) e lutas do bem contra o mal (que eu acho muito piegas, mas aqui foi legal). Aliás, não vejo a hora de que o As duas torres seja lançado em DVD para que eu possa chorar e soluçar em casa em paz, sem ficar com medo de ser apontada na rua por causa da cara inchada.